Dia Mundial do Cancro do Pulmão: o contributo do CHMT no combate a este flagelo
Hoje é o Dia Mundial do Cancro do Pulmão, data criada para consciencialização da população sobre o tema e o apoio às pessoas com esta doença.
Efetivamente, o cancro do pulmão tem sido nos últimos anos a principal causa de morte por doença oncológica no mundo.
É uma das doenças oncológicas mais frequentes, ocorrendo 2.206.771 novos casos por ano e cerca de dois milhões de óbitos à escala global. Em Portugal, ultrapassa habitualmente os cinco mil novos casos em cada ano, com mais de duas mil mortes no mesmo período.
No Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), os médicos pneumologistas – em conjunto com uma equipa especializada de profissionais, de diversas categorias – tratam os casos de cancro do pulmão, acompanham e efetuam vigilância aos casos tratados e suspeitos/duvidosos. Estas atividades ocorrem no âmbito da consulta de Pneumologia Oncológica, consulta de Decisão Terapêutica, Hospital de Dia de Pneumologia/Oncológica, internamento de Pneumologia e Unidade de Técnicas Invasivas.
Em 2021 e no primeiro semestre de 2022 foram realizadas 2.392 consultas, 876 sessões de tratamento com quimioterapia, imunoterapia ou terapias alvo para alterações genéticas.
O diagnóstico é habitualmente feito com a doença já em fase avançada, pois pode não existir qualquer sintoma nas fases iniciais da doença. O principal fator de risco é o tabagismo, sendo que 85-90% dos novos casos de cancro do pulmão ocorrem em fumadores.
Nesse sentido Serviço de Pneumologia do CHMT disponibiliza uma consulta de Cessação Tabágica dirigida a todos os utentes que pretendem deixar de fumar. O acesso a esta consulta pode ser solicitado através do médico de família.
A prevenção passa pela cessação tabágica e adoção de hábitos saudáveis, evitando ambientes poluídos. Passa também por estar alerta relativamente a algumas situações:
• tosse persistente ou modificação das características da sua tosse habitual;
• dor torácica persistente;
• falta de ar;
• expetoração com sangue;
• emagrecimento progressivo;
• pneumonia não curada.
No caso de ser fumador ou apresentar os sintomas referidos, deve realizar uma consulta médica com um médico especialista de Pneumologia.
Os tratamentos variam consoante as características do tumor: localização, dimensão, a eventual invasão a estruturas torácicas e a possível disseminação a outros órgãos. São determinantes na escolha dos tratamentos o estado geral, eventuais doenças associadas e a preferência do doente.
Quando a doença é precoce e localizada pode realizar-se cirurgia, radioterapia ou outros tratamentos para remoção ou controlo do tumor. Em fases mais avançadas são prescritos tratamentos sistémicos (quimioterapia, imunoterapia e terapias dirigidas a algumas alterações genéticas) e a associação de vários tratamentos é frequente, obrigando a decisões em consultas de grupo, multidisciplinares.
Nos últimos 20 anos têm surgido novas terapêuticas farmacológicas, de radioterapia e cirurgia, visando transformar o cancro do pulmão numa doença crónica. Apesar dos avanços neste domínio, o tratamento dos sintomas da doença é importante e, por vezes (em fases avançadas e/ou com mau estado geral), o tratamento paliativo é o único possível.
